31.5.06

Sons do Cerrado - parte final

Depois de me aprofundar no submundo country durante mais de um ano, já estava sentindo saudade de uma balada mais rock n´roll e a cidade não oferecia nada que se fosse semelhante a um simples acorde dos Ramones. Foi quando um médico oftalmologista, o Valtecir, resolveu tocar (literalmente) um bar onde ele próprio e outras pessoas pudessem mostrar sons voltados para MPB e o rock nacional. A casa, oportunamente chamada de "Doctor´s", veio como um sopro de novos ares no cerrado então dominado pelo sertanejo.

No Doctor´s descobri que havia muita gente boa cantando, tocando seu violão ou contra-baixo no aconchego do lar em Rondonópolis. O bar representou uma oportunidade e um espaço para que os músicos da cidade pudessem mostrar seu trabalho. E mais do que isto: mostrou que havia público para o rock e MPB na cidade. Tanto que depois da abertura do Doctor´s muitas casas noturnas da cidade incluíram em seu cardápio musical o bom e velho rock n´roll. Também gerou filhotes, como o "Cauê".

Mas a maior mudança aconteceu quando conheci um dentista chamado Rafael que tocava violão nas muitas jams que rolavam no Doctor´s. De ouvinte passei a participante quando tirei a poeira da minha gaita e com uma boa dose de improviso formamos um dueto nas festas na casa do Rafael. A nós juntou-se depois o bongô do Marcelo Siqueira, jornalista que também estava há pouco tempo na cidade. Pronto: estava alí uma receita que rendeu muitas noites de diversão e descanso para meus pobres ouvidos calejados pelo batidão sertanejo.

O Marcelo Siqueira, como escrevi no post que originou esta série, alçou vôos mais altos e está fazendo um grande trabalho com o Marakadage. O Rafael continua entre seus talentos odontológicos e musicais em Rondonópolis. O Doctor´s fechou durante uma temporada (em um certo momento, por incrível que pareça, por excesso de público) e hoje tornou-se um aconchegante pub à margens do Rio Vermelho.

E eu? Bem, eu vim para Brasília onde também predomina o cerrado, mas com uma facilidade maior de variar o cardápio musical. Mas sinto saudade do trio que formávamos nas festas do "mundo encantado" - apelido que o Lucas Perrone arrumou para a casa do Rafael. Espero ansioso pela próxima virada da vida em que possa reencontrar o prazer de tocar.

2 comentários:

Anônimo disse...

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Anônimo disse...

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