Gattaca - A experiência Genética - Este é um filme que está entre os meus preferidos. Foi lançado em 1997 sem chamar nenhuma atenção, mas chegou a receber uma indicação ao Oscar, como melhor direção de arte. Eu mesmo só peguei a fita (na época era fita, ok?) depois que um amigo da faculdade indicou.

A história acontece em um futuro não muito distante, onde a sociedade é dividida entre válidos (pessoas que não possuem defeitos genéticos, já que são concebidas em laboratório) e inválidos (concebidas pelo método natural e, portanto, sujeitas a toda sorte de imperfeições genéticas).

Os principais serviços e postos da sociedade são destinados aos válidos, enquanto aos inválidos são relegadas funções menores, que exigem menos qualidades físicas e intelectuais. A trama é centrada em Vicent (Ethan Hawke), um inválido que não se conforma com a sua condição e tenta um posto em uma grande companhia de projetos espaciais, chamada Gattaca. Para tanto, ele assume a identidade de um válido, Jerome (Jude Law).

O filme oferece uma visão interessante de futuro e bebe em fontes como Aldous Huxley (Admirável Mundo Novo) e George Orwell (1984). O mote é a divisão social entre aqueles genéticamente planejados e os que não tiveram esta sorte na vida. Mas substitua válidos e inválidos por ricos e pobres, brancos e negros ou locais e imigrantes e é possível observar a densidade deste filme.

Além destas questões sociais, Gattaca prima pela sensibilidade na relação de Vicent com o irmão (Alan Arkin) e a companheira de trabalho Irene (Uma Thurman), ambos válidos. A direção e roteiro são de Andrew Niccol, que fez um trabalho primoroso como roteirista de O Show de Trumman.

Um filme que fala sobretudo da força de vontade e de vitória. Enfim, um filmaço!