24.7.06

Deu no:



Champinha; o retrato do mal

Marici Capitelli

Bastou a educadora de Febem se distrair no meio do pátio, e Roberto Aparecido Alves Cardoso, de 19 anos, o Champinha, passou a mão em sua genitália. Indignada, ela o esbofeteou. Ele tentou revidar, mas foi seguro por outros dois funcionários. Os demais adolescentes internos entraram em alerta. "A senhora não pode bater em vagabundo", berravam.

Segundo a funcionária, com outros infratores, mesmo perigosos, é possível ainda conversar. "Mas com o Champinha não tem jeito. Ele é uma pessoa sem escrúpulos. Sem noção do respeito ao próximo. Não tem a menor capacidade de viver em sociedade."Prova disso é que vive fazendo ameaças às funcionárias. "Quando pegar você lá fora, acabo mesmo". Ele também não perde a oportunidade de manifestar a esperança, quase certeza, de voltar para as ruas. "A caminhada é longa, mas não é perpétua. Num tô nem vendo". Traduzindo: um dia saio daqui e nada tem importância.

Pela versão dos funcionários, Champinha é um líder nato. Quando esteve na unidade do Tatuapé, não conseguiu exercer a liderança, porque ficou no seguro, espaço reservado aos adolescentes que estão jurados de morte. Era o seu caso porque tinha cometido estupros.

Para ler mais, clique aqui.

0 comentários: