19.7.06

Nome e cara aos bois

Tá legal. Eu concordo que o caso Suzane Richthofen oferece muito mais impacto do ponto de vista midiático. Afinal, estão alí vários elementos de um romance: sexo, drogas, dinheiro, violência e o principal: um motivo.

Pode-se investigar a vontade como a menina rica armou o assassinato dos pais, mas não resta dúvida de que melhor do que qualquer vilã de novela das oito, tudo o que Suzane queria era curtir a fortuna dos pais ao lado do namorado. Deu tudo errado e a imprensa ganhou uma baita história.

Com menos elementos dramáticos e esquecido durante um tempo pela mídia, volta agora à tona o caso do assassinato de Liana Friedenbach e Felipe Café. Já abordei aqui este assunto e minha opinião é de que este caso é muito mais sério. Diferente de Suzane Richthofen, não houve nenhum motivo aparente para que uma quadrilha torturasse e matasse com requintes de crueldade os adolescentes que foram acampar.

Se faltam ingredientes de drama, sobra um caldo viscoso social. O chefe do bando era um menor, que atende pelo nome de "Champinha". Por algum motivo rídiculo (deve ter a mesma origem do fórum privilegiado para bandidos neste país) o rosto e o nome do assassino foram preservados, por ser na época menor de idade. Pois bem. Com o julgamento dos comparsas nesta semana, algumas emissoras de TV mostraram o rosto de "Champinha" ainda com uma tarja. Vi rapidamente a foto sem o efeito na Globo. Para quem ainda não viu, está aí ao lado. Ainda não sei o nome real do assassino, que na maioria das matérias continua sendo chamado pelo apelido ou pelas iniciais R.A.C.

Não resta dúvida que "Champinha" é fruto de um sistema social deficiente e etc etc etc. Mas eu também acredito no mal, que pode se personificar de muitas formas. Quando, em algum momento da história, um Homem resolveu tirar a vida de outro pela primeira vez não havia nenhum conceito de exclusão social. E não creio que haja qualquer esperança de reinclusão social para "Champinha". De acordo com a lei, em novembro ele provavelmente sai da Febem e só terá dois caminhos: ou voltará a cometer crimes ou será morto. Isto se dará por uma soma de fatores, seja pelo desiquilíbrio mental, falta de valores morais e sociais ou o próprio mal incrustado na alma.

Isto só prova que a única saída para "Champinha" era ser esquecido dentro de uma cela, junto com seu bando: Paulo César da Silva Marques (o Pernambuco), Antônio Caitano da Silva (o Nojento), Antônio Mathias de Barros e Agnaldo Pires. Até hoje sou contra a pena de morte. Mesmo para estes casos. Espero continuar assim.

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