11.4.06

O caso Suzane Richthofen e uma lembrança

Além de desempenhar o papel de canal de voz da sociedade, vira e mexe a mídia também tem a obrigação de funcionar como memória desta mesma sociedade, soterrada por uma enxurrada cada vez maior de informações.

As matérias do fim de semana sobre a garota que tramou a morte dos próprios pais foram muito bem vindas por relembrar o caso. E não foi só isso. O que era uma requentada em um caso sem maiores novidades, acabou virando um furo jornalístico e um tiro no pé dos advogados de Suzane, que pretendiam usar as entrevistas para comover o Brasil quanto a atual situação de sua cliente.

Aproveitando a oportunidade, valeria a pena a imprensa reviver um outro caso que chocou o país em 2003: o assassinato de Liana Friedenbach e de seu namorado, Felipe Silva Caffé. Eles foram mortos com requintes de crueldade por um bando comandado por um menor apelidado de "Champinha". Para relembrar o caso, clique aqui.

Até hoje sequer conhecemos a fisionomia deste cidadão, já que a lei lhe facultava a preservação da imagem, por ser menor. Fiz uma busca rápida no Google e encontrei uma matéria que lembra que ele teria completado 18 anos em dezembro do ano passado e já estaria de malas prontas para voltar para casa, com a ficha limpa.

Os casos Suzane von Richthofen e "Champinha" são totalmente diferentes. No primeiro trata-se de uma garota de classe média-alta que, supostamente influenciada pelo namorado, tramou o assassinato cruel dos pais. O segundo, ao meu ver, é mais denso. Trata de questões como a revisão da maioridade penal e da ausência do Estado na medida em que permite que menores tornem-se assassinos como esse "Champinha". O tão falado documentário do MV Bill vai bem nesta direção, mas já é assunto para outro post.

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