20.12.07

Ainda sem título
Capítulo 1 - parte 2

Francisco reuniu as economias de meses de trabalho e foi até o guichê de passagens, que funcionava em uma apertada salinha, dentro da sorveteria. O vendedor, um sujeito magrelo, com o rosto queimado pelo sol e barba por fazer, espremía-se no cubículo entre papéis velhos e um ventilador que aparentava ter tanta preguiça de trabalhar quanto o próprio vendedor.

- O carro sai daqui da frente, às três da tarde - disse o magrelo, carimbando os bilhetes com desdém.

Francisco comprou sua passagem para Brasília para dalí dois dias. Calculou que seria o tempo necessário para colocar as idéias no lugar antes de partir.

No dia seguinte a compra da passagem comunicou ao patrão que estava deixando o emprego. Não se importou com as reclamações do "Seu" Carvalho, que o chamou de irresponsável por não ter comunicado com mais tempo de antecedência a saída e aquelas coisas que todo patrão diz.

A parte mais difícil seria na noite anterior ao dia da partida: encarar o pai.

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