25.2.08

Cloverfield

Fui ver Cloverfield, que no Brasil está sendo chamado de “Cloverfield – o monstro”, entregando o ouro do filme. Porque apesar de todo mundo saber do que se trata, o objetivo era de que o cidadão sentado no cinema tivesse a mesma sensação dos infelizes que correm de criaturas esquisitíssimas na tela.
A idéia é: você está na sua casa, desfrutando de uma festa entre amigos quando de repente ouve um estrondo. O que é isso? Ataque terrorista? Terremoto? A desorientação dos personagens é elevada a última potência em função da câmera em primeira pessoa.

Aliás, a tal câmera em primeira pessoa não só coloca o espectador dentro do filme, como também o coloca dentro de uma máquina de lavar. O cara que fica com a filmadora a maior parte do tempo é um herói do documentário moderno. Correndo, pulando, caindo, fugindo de monstros. O sujeito não pára de filmar um minuto sequer.

Quando o filme termina, você continua se perguntando: como? O que aconteceu? Mas e aí, cadê todo mundo? Eu inclusive terminei o filme me perguntando se eu tinha gostado. Demorei um pouco para me recuperar da zonzeira e tive a resposta: sim. Eu gostei.

É uma experiência diferente, já um pouco vivenciada em “A bruxa de Blair”, mas elevada a um outro grau. A falta de respostas é algo um pouco frustrante. Mas pensando pelo ângulo dos produtores do filme, de colocar o espectador na pele dos personagens, é compreensível que ninguém saiba o porquê de um monstrengo estar destruindo a sua cidade e a sua festa.

Bom, o filme também é uma delicatessen nerd na medida que, pelo que lí, espalha pistas ao longo da trama (você pode percebê-las se não estiver muito ocupado, vomitando de enjôo). Inclusive, haveriam pistas ligando Cloverfield ao Lost, outro sucesso do produtor JJ Abrams.

Para uma legião de fãs do estilo Lost parece que virou cool não entender patavinas do que acontece enquanto o diretor solta pistas a conta gotas (ou seriam mais perguntas?). Para mim já está de bom tamanho a experiência.de Cloverfield. A porta para continuação ficou escancarada e até seria bem vinda, desde que responda de uma vez o que todo mundo quer saber. Sem essa de 15 filmes para dar uma resposta.

Em tempo: o filme é uma péssima pedida para uma noite romântica do tipo bar-cinema-vamos dar um pulo no meu apartamento.

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