4.3.08

Muito bom o artigo de Miriam Leitão, sobre a crise na América do Sul, publicado hoje no blog do Noblat. Abaixo uma parte do texto:

Briga dos vizinhos

Miriam Leitão

A Colômbia não podia ter entrado com tropas no Equador. É violação do território. Mas o Equador e a Venezuela não podem mais ser áreas de abrigo dos bandidos das Farc. A posição mais correta no caso é a que reconhece os erros dos dois lados. Num momento em que o Brasil poderia se preparar para liderar a integração regional, o papel brasileiro passa a ser o do apaziguador de ânimos. O que complica o cenário? A beligerante atuação de Hugo Chávez.

A Venezuela está procurando uma guerra há tempos. Armou-se para isso: só em 2006, foram US$ 3,1 bilhões (o dobro de 2005) investidos por Chávez na compra, entre outros, de 24 caças russos, navios de guerra espanhóis e cem mil fuzis AK-103. Seu alvo principal sempre foi a Colômbia. A posição do presidente venezuelano de negociador com os terroristas nunca teve o elemento necessário a qualquer mediação: neutralidade.

Para ter cacife de se meter nestes embates, ele tem se aproveitado do lucro exorbitante com a alta do petróleo. Fazendo uma conta simples, considerando as exportações venezuelanas de petróleo menos as importações vezes o preço do barril, hoje a Venezuela lucra por mês US$ 5 bilhões a mais que em 1999, quando Chávez assumiu.

Esses recursos abundantes poderiam ser mais bem investidos no desenvolvimento do país. A Venezuela vem dilapidando a fortuna de petróleo para financiar aventuras e programas populistas. O país cresce, mas com desabastecimento, desorganização econômica, sem aumento da capacidade produtiva.

O papel das Farc também precisa ser olhado com maior critério. Foi-se o tempo em que o grupo podia ser considerado uma força política. Hoje, além de atuarem como narcotraficantes, seqüestram inocentes, os tratam de forma cruel e desumana. Os relatos recentes dos sofrimentos dos seqüestrados não deixam dúvidas.

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