Incrível como algumas coisas aparecem em momentos oportunos. Não me considero um grande apreciador de poemas, mas vez ou outra tem algum que me chama a atenção. Hoje pela manhã mesmo de deparei com um poema estupidamente apropriado ao dia de hoje para nós. Estava lá no Blog do Noblat e reproduzo aqui. Comento daqui uns dias.
Canto dos Emigrantes
Alberto da Cunha Melo
Com seus pássaros
ou a lembrança de seus pássaros,
com seus filhos
ou a lembrança de seus filhos,
com seu povo
ou a lembrança de seu povo,
todos emigram.
De uma quadra a outra
do tempo,
de uma praia a outra
do Atlântico,
de uma serra a outra
das cordilheiras,
todos emigram.
Para o corpo de Berenice
ou o coração de Wall Street,
para o último templo
ou a primeira dose de tóxico,
para dentro de si
ou para todos, para sempre
todos emigram.
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