1.4.08

Porque hoje é dia da mentira

Dia desses li um texto muito bom do Reinaldo Azevedo que, apesar de ser colunista da Veja, escreve bem. O que ele faz não é muito diferente do que Veja pratica semanalmente, mas existe uma diferença gritante entre um blog e uma revista de circulação nacional. Um blog tem o direito de ser parcial, de expressar a opinião de uma pessoa. Tudo bem que todo e qualquer veículo de comunicação, do jornalzinho do bairro ao Estado de S. Paulo, tem algo em comum: serve para expressar a opinião de determinado grupo em um espaço de tempo.


Bem, apesar da derrapagem filosófico-jornalística, volto ao assunto do tópico que, apesar de citar revista Veja e dia da mentira (tudo haver) não correlaciona os dois temas. Em seu blog, o Reinaldo Azevedo satiriza uma suposta conversa entre a mãe do PAC e um famoso jornalista global que migrou para o Palácio do Planalto envolvendo a história do dossiê.
Dada a facilidade com que o governo Lula mente, hoje poderia ser feriado nacional do Brasil. Nunca da história desse país se distorceu tanto a verdade e se mentiu com tanta cara de pau. Entre mensalões, mensalinhos, dossiês, dólares na cueca e sigilos quebrados foram inúmeras mentiras contadas. A mais famosa deveria ser emoldurada e pendurada na parede: "eu não sabia". Um clássico.
Bem, leia abaixo um trecho do post do Azevedo.
ESPANTOSO: GOVERNO ADMITE O DOSSIÊ.
É A TERCEIRA VERSÃO!

O ridículo dessa gente não tem fim. Agora o governo admite a existência de um dossiê.O papel de áulico nesses dias deve ser uma dureza. O subjornalismo a soldo fica em desespero porque é obrigado a defender, a cada hora, uma versão.

— Ordinário!
— Sim, comandanta!
— Escreva aí que não tem dossiê porcaria nenhuma. É tudo invenção daquela revista.
— Sim, comandanta! Pode deixar. Eu adoro inventar histórias.
— Não minta! Você adora é grana.

E lá vai o coitado: “O dossiê não passa de mais uma invenção etc, etc, etc...”Aí a versão se desmoraliza.

— Ordinário!
— Pois não, minha gerenta...
— Escreva nessa porcaria aí que fizemos tudo obedecendo a um acórdão do TCU. Mas não mostre o acórdão, hein!? Ou vão saber que é mentira.
— Claro, generala! Eu adoro agasalhar o que existe e inventar o que não existe.
— Tá, tá, deixe de babar na minha sandália, que a baba corrói o couro.
— Desculpe...
— Não encha.

E lá vai o estafeta. “Tudo o que se fez estava previsto no acórdão do TCU...”

No Globo desta segunda, o ministro José Múcio (Articulação Institucional), um dos que participaram da decisão de se escarafunchar o governo passado, segundo uma reportagem do Estadão, admite a existência, sim, do dossiê. Mas atenção para a versão.

— Ordinário!
— Sim, czarina!
— Pare de frescura, rapaz! Aja como homem!
— Ah, magnânima…
— Huuummmpppfffttt...
— Fale, que eu escrevo, Grande Sacerdotisa, minha episcopisa!
— Credo! Que nojo! Diga aí que houve, sim, dossiê. Mas que se tratou de fogo amigo. Alguém com interesse em prejudicar o governo e a ministra pinçou documentos e vazou. Tudo uma trama sórdida porque a oposição está sem bandeira.
— Mas mestra... Eu já escrevi que não existia nada. Depois escrevi que era tudo coisa do acórdão do TCU. Agora vou escrever que é dossiê, sim, mas que foi vazado???
— Não encha o saco, pô! Você é pago pra quê?
— Mas acho que nem os idiotas que me lêem vão acreditar.
— Os poucos idiotas que o lêem acreditam em qualquer porcaria.
E lá correu o ordinário para cumprir a mais nova tarefa.

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