A Europa fechada
Já faz algum tempo que a Europa vem endurecendo com os imigrantes. Alguns casos isolados como de Espanha e Inglaterra tornaram-se manchetes nos principais jornais do Brasil. Histórias de maus-tratos e intolerância até para com turistas em férias tornaram-se conhecidas.
Quando decidi viajar para Irlanda, fui com todos os documentos necessários, dinheiro, cartão de crédito. Enfim, tudo para que a minha única preocupação fosse meu curso de inglês, arrumar apartamento e o meu trabalho part-time o qual tinha o direito de exercer legalmente em solo irlandês.
Mas o todo o stress, no entanto, nos dias que antecederam à partida foram gerados pelos rumores de que para se despachar um imigrante de volta a seu país de origem bastava que o fiscal de imigração não fosse com a sua cara. E para complicar, estávamos vindo pela Inglaterra, já famosa pelas duras políticas de imigração em função de ameaças terroristas. Brasileiro? Terrorista?
O fato é que o que eram fatos isolados podem se tornar ações de conjunto a partir de 2010. Acontece que o Parlamento Europeu aprovou um novo documento que torna os imigrantes ilegais, aos olhos da justiça, criminosos. Como se a Europa não precisasse de imigrantes - tanto os legais, como os ilegais.
Sou completamente favorável que as pessoas vivam legalmente no país que desejarem, paguem impostos e usufram da rede de proteção social que é tão precária no Brasil. Mas os países receptores, que tantas vezes precisam muito dos imigrantes, precisam oferecer condições para aqueles que querem se legalizar. Não perseguir.
Os motivos para que as pessoas imigrem são muitos, mas em geral isso acontece quando o país de onde a pessoa é oriunda não lhe oferece as condições que ela desejaria para continuar vivendo na sua própria pátria. E não foram poucas as ocasiões em que a Europa deixou de oferecer essas condições. Guerras, doenças, escassez de alimentos e empregos são só algums motivos que me lembro agora. Também não foram poucos os países que receberam (e recebem) esses imigrantes europeus. Entre eles o Brasil.
No blog Sob o Céu de Lisboa (de onde, inclusive, emprestei a ilustração acima) a Lidia Marôpo e a Renata Ramalho têm escrito ótimos artigos a respeito do assunto. Para lê-los clique aqui, aqui, aqui e aqui.
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