21.6.08

Pare. Pense. Continue.

Um dos meus filmes prediletos é Corra Lola. Até já falei isso por aqui. O conceito é bem simples. Óbvio para ser sincero. O grande barato é colocar em uma tela de cinema uma idéia simples com grandes sacadas. O ponto é que ao mudar simplesmente a rota que você faz diariamente para o trabalho você pode estar dando um passo para alterar toda a sua vida.

Algumas mudanças acontecem naturalmente. Um dia você abre o jornal e está alí uma notícia que muda drasticamente sua vida. Em uma tarde completamente banal você recebe um telefonema que faz com que você reveja todos os seus conceitos de certo e errado.

Porém, assim como um barco em uma calmaria, as vezes é possível atravessar meses e anos sem uma mudança sequer. Muitas pessoas sentem-se confortáveis e seguras convivendo com mudanças mínimas em suas vidas. Trabalho, casa, os programas de fim de semana, os amigos, a família. Em algumas situações é necessário baixar velas e deixar o barco navegar por conta própria.

As minhas velas têm estado ao vento já há algum tempo. Foi minha opção. Sempre que vejo-me atingido por uma calmaria mais duradoura procuro novas rotas. Graças a Deus, à sorte ou à alguma força maior que ainda desconheço tenho colecionado sucessos a cada nova rajada de vento. Ventos estes que já me levaram para Mato Grosso, Brasília, Irlanda e, agora, Portugal.

O último ano e meio, no entanto, tem sido de constante mudança de ventos. Havia um norte a ser seguido, que mudou. Navega-se em mar aberto com o horizonte a frente. As vezes, quando o vento sopra constante, é hora de recolher as velas, rever as rotas, pensar e seguir em frente. Porque se tem uma coisa que odeio é andar em círculos. Apavora-me a idéia de voltar a um ponto já percorrido. Dar um passo para trás.

As velas estão recolhidas. Não significa, no entanto, que não estarão prontar a serem levantadas ao menor sinal de uma nova brisa.

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