Marley & Eu
Com a crise de idéias de Hollywood é cada vez mais comum ver obras literárias adaptadas para o cinema. Esta é uma ótima opção tanto para os autores (que enchem os bolsos com a venda dos direitos autorais) quanto para a indústria cinematográfica, que tem mais uma fonte criativa onde buscar inspiração.
É possível perceber alguns livros que parecem ter nascido para escorregarem direto para tela grande. É o caso dos best sellers Código Da Vinci de Dan Brown; e O Caçador de Pipas (ou Meninos de Cabul aqui em Portugal), de Khaled Hosseini. São dois casos de bons livros mas que, na minha opinião, fracassaram no cinema.
E por que fracassaram? Eu penso que seja porque tentaram ser fiéis demais às obras originais. É óbvio que nem tudo que funciona em um livro funciona no cinema. E vice-versa. Por este motivo, o sujeito que resolver fazer uma adapção tem que ter cojones para cortar coisas do livro que não cabem no roteiro ou criar fatos novos que acrescentem algo à magia da tela grande.
Como eu li os dois livros acima e não gostei das adaptações para o cinema fui ver Marley & Eu, do jornalista John Grogan, com os dois pés atrás. Eu achei o livro muito simples e bacana. Entra na categoria de livros para serem devorados em uma semana. Ele relata a vida de um casal às voltas com as responsabilidade profissionais, a vinda dos filhos, a hipoteca da casa e um labrador maluco de 43 quilos.
Para minha surpresa, o filme está na mesma altura do livro porque o diretor David Frankel (de O Diabo Veste Prada) soube captar a essência da obra sem, no entanto, ficar sentado preguiçosamente sobre ela. Antes que a Ieda me entregue nos comentários eu digo: chorei como um condenado a maior parte do filme.
Um dos maiores méritos do diretor foi não cair na armadilha de fazer um filme de comédia canina. O filme, tal como o livro, é sobre a família Grogan. E Marley é parte da família já que é o primeiro membro a chegar tão logo os protagonistas se casam. .Logo abaixo entrego alguns detalhes importantes do filme portanto se você não viu, fique por sua própria conta e risco.
O filme tem momentos muito engraçados envolvendo o cachorro, como também tem cenas de grande dramaticidade, como quando Jenny (Jennifer Aniston) perde seu primeiro bebê a família (incluindo Marley) tem que passar por isso. Até mesmo Owen Wilson, que não tem lá muitas qualidades como ator, segura bem onda no papel de John.
O último quarto do filme é especialmente doloroso porque trata da velhice do cão e seus momentos finais com a família Grogan. E o diretor pega pesado. Não bastasse a difícil despedida ele ainda usa todo tipo de recursos (de flashbacks a trilha sonora) para nocautear a platéia.
No final, para mim, não há nenhuma lição de moral grandiosa. É só uma história como de muitas outras pessoas. Penso que é aí que mora o êxito do livro e do filme. Para além disso - é óbvio - quem já teve um cão que atravessou mais de uma década da sua vida, vai certamente se identificar com o tema.
A gente acabou vendo o filme com bastante atraso aqui em Portugal. Até onde eu sei ele tinha sido lançado no Natal passado. No entanto, até a semana passada ainda estava em cartaz em vários cinemas daqui de Lisboa. De qualquer forma, se você não viu, vale a pena alugar o DVD. Mas lembre-se de deixar os lenços por perto.
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21.4.09
Marcadores: Cinema
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2 comentários:
Vamos ver, lembrou da Paloma não é???
Acho que ela sempre vai ser a companheira que esteve conosco da infancia até a juventude.
E quantas vezes não usamos a frase: Puts, se a Paloma falasse estavamos fritos.
Vou ver se alugo esse dvd, não consegui ver no cinema, mas li o livro e achei muito bom.
beijos Mano
Simplesmente amei...
um dia ainda arrumo tempo e coragem para fazer um blog mesmo a sério! rsrs amo escrever... mas nem se compara rsrs
abraços
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