O quiproquó sul-americano - parte 4

Quem é que manda no galinheiro

Enfim, mas entre esta trinca pseudo-esquerdista nós também temos, aqui na América do Sul, um direitista altamente alinhado com o eixo do mal neoliberal combatido por Hugo Chávez. O presidente Álvaro Uribe, respeitando a histórica abertura colombiana à ações norte-americanas no país, não faz por menos: quer mesmo é ficar bem na foto com o tio Sam.

Tanto que intensificou as ações para exterminar de vez com as FARC. O “calaboca” de Uribe em Hugo Chavez no episódio de negociação para libertação de reféns nada mais foi do que um sonoro recado norte-americano para podar as asinhas de Chavez. O resultado do desempenho de Uribe como estrategista pôde ser conferido na desastrada – e perigosíssima – intervenção militar colombiana em solo equatoriano.

O que está em jogo, portanto, não é o caráter político de uma organização guerrilheira descaracterizada pelo narcotráfico. Tampouco são as vidas das pessoas mantidas como reféns pelas FARC. O principal objetivo dos líderes sul-americados é mostrar quem manda no galinheiro: a revolução bolivariana de Chávez ou a política de segurança de Uribe, capitaneada pela grana de Bush.

De costas (literalmente) para toda essa palhaçada o Chile se desenvolve. Faz comércio com todo mundo. Do Japão, passando pelos EUA, UE e Mercosul.

A nós, brasileiros, resta nos preocuparmos com que acontece no quintal de casa, já que o quiproquó acontece bem alí na floresta Amazônica e pode não demorar nada nada para bater forte na nossa porta.

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