12.9.08

Enquanto a banda passava...

II - Quem escolheu quem

Feitas as explicações e justificativas iniciais, vamos a história da banda. Vou poupar a paciência do pobre naufrago, pulando a parte em que eu explicaria as minhas referências musicais e etc. Basta dizer que não integrei uma banda de pagode ou de axé (sinal da cruz). Era uma banda de rock e ponto final.

Portanto vou direto ao momento em que decidi adquirir um instrumento musical. Eu andava na metade dos anos 90, correndo atrás de shows de bandinhas inexpressivas e de bebeiras quando a ficha caiu (tarde, como sempre):

- Pô! Se esses caras podem sair tocando, porque eu não posso?

Não me pergunte o porquê de eu ter escolhido comprar um contra-baixo. Vai ver que foi a facilidade do acesso. A irmã de uma ex-namorada estava vendendo um baixo da marca Jennifer (horroroso por sinal: pesava uma tonelada e tinha som de berimbau). Eu aproveitei a ocasião e comprei.

O fato é que eu realmente me identifico com o contra-baixo e até hoje não me arrependo de ter escolhido esse instrumento. Adoro a ponte entre o ritmo e a melodia que ele desempenha. Talvez tenha sido ele que me escolheu, como se costuma dizer.

Bem, instrumento providenciado, vamos atrás de aprender a tocá-lo. Meu professor de contra-baixo foi um amigo chamado Julio Cesar, popularmente conhecido como Ganso. Grande figura e grande baixista.

Nossas aulas eram aos sábados pela manhã, antes de eu ir para a faculdade. Portanto, o comparecimento (de professor e aluno) exigia uma certa dose de coragem uma vez que não era raro tanto professor quanto aluno estarem de ressaca. Alguns anos depois eu descobriria que essas aulas foram importantíssimas.

Mas depois de alguns meses, assim como outras 5.765 atividades anteriores que eu já iniciei, larguei de mão. Dizem que é característica de libriano. Enfim. O contra-baixo ficou encostado por mais ou menos três anos. Eu poderia culpar a correria entre o trabalho e a faculdade, mas acho que se quisesse ainda poderia ter conciliado.

Até que a ficha caiu de novo. Se eu fosse um velho orelhão daqueles de fichas teria um futuro muito promissor. Num museu.

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