14.9.08

Enquanto a banda passava...

III - A descoberta da roda

Como estava dizendo, o baixo ficou encostado por quase três anos. Vez ou outra eu o plugava e brincava com algumas notas ou repassava lições. Então um dia, lá por meados de 1998, eu tive uma brilhante idéia.

Era uma tarde de domingo enferrujada, de céu cinza e chuviscos - dia típico de inverno. Eu estava em casa (morava em Jundiaí/SP naquela época) tomando cerveja e jogando conversa fora com o Murilo.

QUEM?!?

O Murilo é um grande amigo meu, que eu havia conhecido no último ano do colegial, quatro anos atrás, através de um companheiro de classe. A gente compartilhava agendas semelhantes: shows de bandinhas furrebas, bebedeiras e dias de tédio como esse (Jundiaí as vezes sabe como entendiar as pessoas). Foi quando eu decidi inventar a roda e convidar o Murilo para pantenteá-la:

- Murilo, a gente está aqui sem fazer p@#%*ra nenhuma. Eu tenho um contra-baixo e você tem vontade de cantar. Pô, tudo que a gente precisa é de criar alguma coisa e tocar, caramba!

E foi assim, sob o olhar incrédulo do Murilo que eu escrevi a minha primeira letra de música. Devo ter levado uns dez minutos. Era alguma coisa sobre estar de saco cheio, coisas de política (estudante de jornalismo, né...) e, é claro, álcool: o nome da música ¨A Cachaça¨. (N.R.: não achei justo postar a música agora, á que a versão que tenho é a final e, como veremos, ainda vai levar um tempo até chegar lá).

Letra pronta, peguei meu baixo e, no melhor estilo descobridor da roda, relatei. - Tudo que a gente precisa agora, Murilo, é de um bom riff, uma base para ser usada na maior parte da música e uma base para o refrão.

Eu estava estupefado com a minha genialidade!

E assim foi feito. Fiz uma base com três notas de deixar corado até o mais fanático dos fanáticos por punk-rock. O tal bom riff (que eu tentava explicar de forma pomposa) era um pedaço de uma escala das mais simples de rock n´roll, que ficou parecendo mais uma marcha militar.

Já a base do refrão, vai me desculpar...mais acho que Elvis em pessoa deve ter descido para sussurar na minha orelha, porque até hoje acho muito boa.

O Murilo parecia ter gostado da idéia e, afinal, depois de três anos, havia saído a fumaça branca (não esta que você está pensando...se bem que...deixa pra lá!): HABEMUS MUSICA!

O negócio agora era correr atrás do resto da banda.

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2 comentários:

Ana disse...

Eu havia prometido pra mim mesma que só leria a história após o último post...Que infernooo...odeio o "to be continued"... Não sou uma pessoa paciente...rs
Mas, resolvi comentar pra que vc tenha certeza de que continua escrevendo deliciosamente bem :)
Beijo

Daniel Escobar disse...

Seja paciente, Ana! heheheh!

Já estou com mais duas partes prontas...só esperando por uma lapidada.

Engraçado...apesar de moderno, essa coisa de contar uma história no blog me lembra aquelas coisas de jornal de mil novecentos e bolinha, qdo publicava-se contos divididos em partes...

Valeu pelo apoio Ana. Sempre bom ver seus comments por aqui! Bjos