27.9.08

Enquanto a banda passava...

VII - Isso vai dar merda!


As coisas estavam andando bem. Os covers iam aumentando, assim como a minha experiência com o baixo, já que tive a oportunidade de treinar e também aprender mais com o Pablo. Tanto que senti-me confiante em trocar de instrumento, aposentando assim meu velho Jennifer. Fui a São Paulo e comprei um novo contra-baixo, novinho, muito mais leve e com um ótimo som - era um Washburn!

Com a confiança de todos aumentando a gente chegou a conclusão que era hora de arrumar um baterista. O cara que a gente queria na banda era um amigão desde o colegial, chamado Gustavo. Ele era um bom baterista, mas faltava uma coisa essencial a ele para entrar na banda: uma bateria.

Decidimos então colocar um anúncio em uma loja de instrumentos músicais. "Banda procura baterista para covers e blá, blá, blá". O critério era o mesmo da escolha do guitarrista. Cruzamos os dedos para que não aparecesse nenhum cara profissional e nem um zé mané. Alguém que estivesse no mesmo nível da gente.


Um dia eu recebo um telefonema em casa de um baterista procurando uma banda. Fomos até a casa do sujeito para conhecê-lo e qual não foi a nossa surpresa em constatar que tratava-se de um moleque de 14 anos! Como a gente ainda não tinha experimentado os covers com um baterista decidimos tentar. Marcamos um ensaio e até que o guri não se saiu mal. Muito pelo contrário.

O moleque tinha aquele entusiasmo de tocar que as vezes falta até em músicos profissionais. Isso era legal de ver. Por outro lado ainda era um menino de 14 anos andando com três marmanjos de vinte e poucos anos. Na época ainda não tinha o capitão Nascimento para alertar, mas minha irmã estava lá e disse: "Isso ainda vai dar merda!". E deu.

Depois dos ensaios a gente se mandava para as baladas regadas a tudo que você pode imaginar. A gente estava curtindo adoidado. Imagine então o garoto que ganhou um passaporte para a vida adulta da noite para o dia. Ele avisava a mãe que estaria com a gente e a velha acreditava. O problema é que a gente não era a melhor das companhias.

Um dia o garoto saiu com a gente, tomou/fumou/comeu/sei lá todas e ficou malzão (garanto que nenhum de nós ofereceu nada, mas também ninguém estava lá de babá do cara; ele tinha que descobrir essas coisas uma hora ou outra). Até aí tudo bem. Quem nunca tomou um porre? O problema foi a mãe do cara ligando no dia seguinte para tirar satisfações com a gente.

Antes que houvesse uma merda ainda maior, resolvemos dispensar o menino. Além disso, apesar de ser um cara legal, havia um abismo no padrão de comportamento. Tudo a seu tempo. E um moleque de 14 anos se comporta...como um moleque de 14 anos. De positivo houve, enfim, o fato de a gente praticar as músicas com uma bateria.

Colocamos novamente o anúncio na loja de instrumentos musicais e continuamos ensaiando. Em breve irão reaparecer duas figurinhas já conhecidas até aqui. Meu velho baixo Jennifer e o Gustavo (o cara que a gente queria que tocasse bateria na banda, pô!).

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I - O Ensaio
II- Quem escolheu quem
III- A invenção da roda
IV- Paranoid, of course!
V- A conspiração
VI - E fez-se...A Cachaça

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VIII - O baterista de Cristo

1 comentários:

Ana disse...

Pô, me amarro nessa história!!!! Adoro qdo entro aqui e vejo que tem capítulo novo no ar!!!!
Coitado do moleque...mas, pensando bem, aprendeu uma valiosíssima lição: NÃO SABE USAR, PERDE!
Se fosse esperto, hj estaria se reabilitando em algum AA por aí...rsrsrs
Beijo....
não vejo a hora do próximo post!