29.9.08

A República do bigode

Quem chega em Portugal pode, erroneamente, pensar que irá encontrar frondosos bigodões por aí. Afinal, essa é a visão que temos dos nossos irmãos portugueses. A princípio pensei que esse fosse um conceito equivocado, apenas um mito infundado. Mas depois de conversar com as pessoas nas ruas e, principalmente, depois do vídeo abaixo, descobri que o bigode português já foi motivo de orgulho para o país. Mas encontra-se em franca decadência.

Qual não foi minha surpresa ao constatar que os vícios da política também se aplicam a lei do bigode português! No debate abaixo podemos conferir dois ativistas do bigode defendendo suas posições e, sobretudo, seus pontos de vista diante da Associação do Bigode Português. Como bem observa um deles, houve uma queda de 54% dos bigodes entre os taxistas, o que era considerado um verdadeiro patrimônio nacional.

A quebra do bigode, vejam só, atinge até mesmo as mulheres das frutas e as peixeiras! Um desastre nacional!



Comentário: Esse quadro é mais uma obra da trupe de humoristas Gato Fedorento, uma das melhores que já vi recentemente na tevê. As piadas são sempre afiadas e as vezes muito ácidas. O cara da esquerda no vídeo, chamado  Ricardo de Araújo Pereira, está para o Gato Fedorento mais ou menos como o Bussunda estava para o Casseta & Planeta. Além de fazer humor muito bem, é um cara super inteligente e saca muito de política.

27.9.08

Enquanto a banda passava...

VII - Isso vai dar merda!


As coisas estavam andando bem. Os covers iam aumentando, assim como a minha experiência com o baixo, já que tive a oportunidade de treinar e também aprender mais com o Pablo. Tanto que senti-me confiante em trocar de instrumento, aposentando assim meu velho Jennifer. Fui a São Paulo e comprei um novo contra-baixo, novinho, muito mais leve e com um ótimo som - era um Washburn!

Com a confiança de todos aumentando a gente chegou a conclusão que era hora de arrumar um baterista. O cara que a gente queria na banda era um amigão desde o colegial, chamado Gustavo. Ele era um bom baterista, mas faltava uma coisa essencial a ele para entrar na banda: uma bateria.

Decidimos então colocar um anúncio em uma loja de instrumentos músicais. "Banda procura baterista para covers e blá, blá, blá". O critério era o mesmo da escolha do guitarrista. Cruzamos os dedos para que não aparecesse nenhum cara profissional e nem um zé mané. Alguém que estivesse no mesmo nível da gente.


Um dia eu recebo um telefonema em casa de um baterista procurando uma banda. Fomos até a casa do sujeito para conhecê-lo e qual não foi a nossa surpresa em constatar que tratava-se de um moleque de 14 anos! Como a gente ainda não tinha experimentado os covers com um baterista decidimos tentar. Marcamos um ensaio e até que o guri não se saiu mal. Muito pelo contrário.

O moleque tinha aquele entusiasmo de tocar que as vezes falta até em músicos profissionais. Isso era legal de ver. Por outro lado ainda era um menino de 14 anos andando com três marmanjos de vinte e poucos anos. Na época ainda não tinha o capitão Nascimento para alertar, mas minha irmã estava lá e disse: "Isso ainda vai dar merda!". E deu.

Depois dos ensaios a gente se mandava para as baladas regadas a tudo que você pode imaginar. A gente estava curtindo adoidado. Imagine então o garoto que ganhou um passaporte para a vida adulta da noite para o dia. Ele avisava a mãe que estaria com a gente e a velha acreditava. O problema é que a gente não era a melhor das companhias.

Um dia o garoto saiu com a gente, tomou/fumou/comeu/sei lá todas e ficou malzão (garanto que nenhum de nós ofereceu nada, mas também ninguém estava lá de babá do cara; ele tinha que descobrir essas coisas uma hora ou outra). Até aí tudo bem. Quem nunca tomou um porre? O problema foi a mãe do cara ligando no dia seguinte para tirar satisfações com a gente.

Antes que houvesse uma merda ainda maior, resolvemos dispensar o menino. Além disso, apesar de ser um cara legal, havia um abismo no padrão de comportamento. Tudo a seu tempo. E um moleque de 14 anos se comporta...como um moleque de 14 anos. De positivo houve, enfim, o fato de a gente praticar as músicas com uma bateria.

Colocamos novamente o anúncio na loja de instrumentos musicais e continuamos ensaiando. Em breve irão reaparecer duas figurinhas já conhecidas até aqui. Meu velho baixo Jennifer e o Gustavo (o cara que a gente queria que tocasse bateria na banda, pô!).

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II- Quem escolheu quem
III- A invenção da roda
IV- Paranoid, of course!
V- A conspiração
VI - E fez-se...A Cachaça

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VIII - O baterista de Cristo

26.9.08

Enganou até o Suplicy

Faltando pouco mais de uma semana para as eleições, os adversários vão na jugular uns dos outros. Os caras até investem em anti-jingles, se é que esse nome de peça publicitária existe. O vídeo abaixo é um exemplo claro do que estou dizendo. Por mim essa dona não vencia nem eleição para síndica do meu prédio. Coitado do Suplicy...


24.9.08

Pornô virginal

Incrível o senso de putaria humor dessa turma. Eu já tinha comentado por aqui uma tendência curiosa de celebridades se renderem ao cachê glamour do cinema pornô. Mas é claro que estrelas de primeira grandeza não poderiam simplesmente praticar sexo em frente as câmeras. Elas precisam de uma, digamos, licença poética. Primeiro foi a Leila Lopes dizendo que havia dramaticidade em seu filme. Agora é a Carol Miranda que estréia no ramo com o seu fabuloso "Fiz pornô e continuo virgem"! Putz...

Bem, vamos por partes. Primeiro, quem é Carol Miranda? A nobre e virginal senhorita é sobrinha da Gretchen e ficou em segundo lugar em uma pesquisa promovida por uma produtora de filmes eróticos para saber dos brasileiros quais celebridades eles gostariam de ver estrelando um pornô. A vencedora foi Viviane Araújo - se estou bem lembrado, é uma que levava uns esfregas do presidiário cantor Belo.

Em segundo lugar...virgem? Ok. Cada um acredita no que quiser. Primeiro cogitou-se que a dona perderia a virgindade em frente as câmera por R$ 500 mil. Ela deve ter achado pouco e decidiu conservar a virgindade, mas não abriu mão da trep empreitada.

Segundo sua assessoria de imprensa (imagine o que deve ser escrever um press release sobre esse assunto) a moça só vai fazer sexo anal no filme, garantindo assim no futuro as chances de um casamento digno, o ingresso em um convento ou até mesmo no Céu. Fantástico.

Entre as várias vertentes de fetiches, aposto que logo logo vai acabar rolando uma "frutofilia". Vai por mim.

22.9.08

Enquanto a banda passava...

VI - E fez-se... A Cachaça!
Bônus: um vídeo

O fato é que a chegada do Pablo e a partida do Dinei fizeram com que a gente se aproximasse mais do que poderia ser considerada uma banda. Não só porque o Pablo estava anos luz a frente do Dinei, mas também pela afinidade que rolou não só do ponto de vista da amizade, mas também criativo.
Logo de cara aposentamos os Ramones e ¨Paranoid¨ e focamos em covers do Judas Priest na fase mais roqueira da banda, com sons como ¨Living After Midnight¨, ¨Diamonds and Rust¨ e ¨Breaking the Law¨. Mas a maior mudança seria mesmo o fato de começarmos a criar nossas próprias músicas.

Mostramos ao Pablo o esboço de música que tínhamos feito em uma tarde e ele não só entendeu a idéia como também pegou aquele riff tosco que eu havia feito, acrescentou algumas notas e sugeriu algumas passagens entre as estrofes. Levou algum tempo, mas deixamos a música redondinha. Assim, fez-se ¨A CACHAÇA¨, a primeira música que havia escrito e ajudado a compôr na minha vida.

Vou adiantar uma parte da história com o vídeo abaixo. Nós chegamos a este resultado após um longo caminho. Inclusive o baterista que aparece nele só será apresentado daqui um tempo. Antes dele tivemos outros dois. Mas eu chego lá.

O fato é que a ¨A Cachaça¨, como foi concebida, pode ser conferida nesta gravação. O som, é claro, é bastante tosco, já que foi captado com microfones instalados no teto do meu antigo quarto. O interessante é que a letra, após quase dez anos, para mim permanece bastante atual, o que permitiu editar o vídeo com cenas que aconteceram nos últimos anos. Para facilitar eu coloquei a letra logo depois do vídeo.
Abaixo, ¨A Cachaça¨. Aprecie SEM moderação.



Sabadão de Madrugada
Nada o que fazer
A vida tá tão chata
Só me resta beber

No Paquistão jogam bombas
A estagiária pega no charuto
E na vitrine um monte de piranhas tontas
Eu tô ficando é muito puto

REFRÃO
Esse mundo é tão babaca
Tem sempre alguém sacaneando
Quem jogou água na minha cachaça?! X 2

É bolsa que sobe
É bolsa que desce
A gente sempre se fode
Eu só quero ouvir um Led

O presidente pede calma
E por mais que eu tente
Enquanto os poderosos tomam sauna
Minha cerveja tá sempre quente

REFRÃO
Esse mundo é tão babaca
Tem sempre alguém sacaneando
Quem jogou água na minha cachaça?! X 2
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VII - Isso vai dar merda!

22.9.08

Calvin & Haroldo










Via Depósito do Calvin

19.9.08

O reacionário tucano

Eu vi esse vídeo lá no blog do Noblat e achei muito engraçado, apesar de ter sido feito com certeza por algum petista. Ótima a citação ao blog do Reinaldo Azevedo, que é um dos maiores combatentes dos "petralhas" (petista + metralha), termo que o próprio inventou para designar os aloprados que ocupam o Palácio do Planalto.

19.9.08

Enquanto a banda passava...

V - A conspiração

Munidos de espírito de porco, Murilo e eu fomos atrás de um novo guitarrista para banda. Requisitos: não ser tão bom que fizesse a gente passar uma vergonha eterna e nem ser tão ruim que pudesse fazer o nosso projeto naufragar antes mesmo de ser devidamente lançado. Outra coisa que ajudaria seria se o sujeito fosse já do círculo de amizades.Nós conhecíamos um figura com essas características. O nome dele era Pablo Brunelli e já fazia algum tempo que a gente não se encontrava. Portanto foi necessário acionar alguns contatos e descobrir o seu paradeiro. Descobrimos que o Pablo estava fazendo cursinho pré-vestibular. Com isto, já sabíamos onde encontrá-lo: no boteco que havia em frente ao cursinho. Tiro e queda! Era o cara certo para a banda!

E foi assim, neste ambiente "botequístico", que convidamos o Pablo a juntar-se a banda. Não fornecemos lá muitos detalhes para não estragar a surpresa. Apenas comunicamos o dia do ensaio e deixamos que as coisas tomassem o rumo natural. Tenho que confessar que naqueles dias eu e o Murilo fomos maus...muito maus!

Sabe como é aquela história, né? Marido traído é sempre o último a ficar sabendo. Pois bem. Quando o Dinei chegou todo animado para mais um ensaio encontra o Pablo afinando a sua guitarra. O sujeito ficou pálido. Perdeu a voz. Coube a mim tranquilizá-lo:

- Dinei, a gente chamou o Pablo aqui hoje só para fazer um teste...a proposta é que a gente toque com duas guitarras na banda.

Putz, que mentira deslavada! A gente não conseguia tocar nem com uma, quem diria com duas!

Nos primeiros minutos ficaram evidentes as diferenças entre o Pablo e o Dinei. Este último ficou tão puto com a situação que até fez um solo para "Paranoid", coisa que ele sempre julgou ser incapaz de fazer. Tá vendo? As vezes alguma pressão ajuda a pessoa a deslanchar na vida...

O fato é que o Dinei não ficou para o fim daquele ensaio. Inventou um compromisso qualquer, se mandou e nunca mais apareceu. Foi uma baita sacanagem com o coitado. Por conta disso, acabamos até colhendo alguma antipatia dos amigos mais chegados dele. Bem, é igual aquela história de fazer omelete...quebrar os ovos...

Mas olha: não esqueça esse nome. O Dinei ainda vai reaparecer em um momento decisivo dessa história.

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19.9.08

Sanha buzineira

Cena do cotidiano: uma fila de carros parados no semáforo. Quando a luz verde aparece, antes que o primeiro carro da fila possa esboçar qualquer reação, o segundo já enfia a mão na buzina. Aqui em Lisboa é assim. Antes de pisar no pedal do acelerador, o (a) motorista prefere colocar seu veículo a gritar pelas ruas da capital.

Parece um costume cristalizado e independe da situação. Pode ser desde uma buzinadinha rápida no semáforo, como descrevi acima, a um ataque histérico somente porque alguém demora um pouco mais para estacionar. Já vi gente com a mão colada na buzina porque o colega da frente teve uma pane no carro. Pode?

E eu nem sei de onde vem todo esse stresse, já que Lisboa nem tem um trânsito assim tão caótico. O ideal era neguinho fazer um mês de curso de direção em São Paulo. Nem precisava ser nos horários de pico. Tenho certeza que voltava calminho, calminho para Lisboa.

Na minha opinião passava da hora da Câmara de Lisboa (é como se chama a prefeitura aqui) fazer uma campanha educativa. A poluição sonora, por si só, já é um problemão. Além disso, na minha opinião, da buzina para a violência é só um passo. Um se acha no direito de ter um chilique buzineiro e o outro pode se achar no direito de levantar o dedo do meio. Pronto. Pode estar armado o circo.

Buzina deveria ser usada para um único propósito: emergências (também pode ser usada de forma amigável, mas é pedir demais). Como meu chefe, que é irlandês, comentou dia desses parece que aqui em Lisboa as pessoas se esquecem que existem outras pessoas dentro dos carros. Pensam que estão buzinando para uma simples peça de metal.

18.9.08

Post de utilidade pública

Hoje em dia a gente faz tudo pela internet: transfere dinheiro, compra livros, participa de leilões, conferências e...compra calcinhas! Uma loja disponibilizou modelos que desfilam pela tela do computador. Assim as futuras compradoras podem avaliar o material antes de meter a mão no bolso. Bacana né?

O que seria das mulheres sem nós homens para, completamente livres de segundas intenções, ajudá-las? Confira as modelos abaixo e escolha uma. Calcinha, cuecada...calcinha!







Via Treta

18.9.08

Simpsons na vida real

Sempre gostei dos Simpsons, mas passei a gostar mais ainda quando morava na Irlanda. Todos os dias, no mesmo horário, havia um canal que passava uns quatro ou cinco episódios na sequência. Não era como no Brasil, que a gente tinha um minguado episódio aos domingos. O fato é que no fundo todo mundo se identifica uma hora ou outra com algum personagem da série. Por isso mesmo achei muito legal a ilustração abaixo (gostaria de saber quem é o autor), de como seriam os Simpsons na vida real. Clique na imagem para ver maior.

Via Haznos

17.9.08

Enquanto a banda passava...

IV - Paranoid, of course!

Eu já nem me lembro ao certo como é que chegamos ao nosso primeiro guitarrista. O cidadão chamava-se Dinei e era um cara gente boa. Ele tinha uma coisa que era boa nesse tipo de ramo que é o entusiasmo. O problema é que ele se encontrava - tecnicamente falando - igual a mim: na estaca zero!

Mas enfim...eu não estava lá em condições de ser muito exigente já que mal sabia meia duzia de notas. Sendo assim começamos os primeiros "ensaios" na minha casa. O nosso repertório naquela época era restrito a duas músicas dos Ramones e o hino de todo músico iniciante: "Paranoid", do Black Sabbath (sem solo, porque o Dinei não solava).

Seguiram-se algumas reuniões em que a gente repassava as mesmas músicas. Eu diria que foi até importante para começar a criar uma noção do que é tocar em uma banda (que é bem diferente de "tirar" uma música junto ao aparelho de som).

O problema é que eu e o Murilo não estávamos vendo um grande futuro naquela parceria, já que eram três caras que quase nada entendiam de música. Só o entusiasmo não parecia suficiente para alcançarmos o estrelato. Não que quisessemos ir tão longe, mas também não podíamos ser os últimos da fila.

A solução era um remédio amargo, mas que precisava ser aplicado. Tínhamos que encontrar outro guitarrista e comunicar isso ao Dinei. Sorry!

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17.9.08

Simon´s Cat

In "Cat-Man-Do"

Eu achei tão bacana o vídeo do Gato do Simon que eu eu postei aqui da última vez, que fui dar uma conferida em uma dica que uma leitora deixou nos comentários. É uma outra história com o gato, que também é bem legal. No total são três vídeos que o criador dessa animação fez. Em breve posto a última.

16.9.08

O castigo dos políticos

Tenho acompanhado com curiosidade as eleições em duas cidades do Brasil: em Rondonópolis (MT) e na capital paulista. No primeiro município porque já trabalhei em uma campanha eleitoral por lá e sei o quanto é difícil. E em São Paulo por conta do estudo de caso que oferece.

Pelo que tenho visto na internet, frente ao crescimento do prefeito Kassab e a queda de Alckmin, este último resolveu atacar a atual administração municipal, que foi herdada do PSDB e é tocada em grande parte pelos tucanos que ocupam várias secretarias.

Todo mundo sabia que isso ia acontecer. Alckmin não é oposição, não é situação...ele é...uma COISA que ninguém sabe explicar. Nem seus marketeiros (o que chefiava já abandonou o barco), nem ele próprio. Começou com bons números e daí começou a despencar. Foi passado pela Marta (sinal da cruz) e pelo Kassab. Agora atira para todos os lados na esperança de ir para o segundo turno.

Foi uma burrice de Alckmin entrar na disputa pela prefeitura de São Paulo? Foi. Ele está dificultando a aliança entre PSDB e DEM para um eventual segundo turno e até no embate que haverá com o PT em 2010, como bem observa o Reinaldo Azevedo em seu blog. O PT agradece.

Por outro lado, que escolha tinha o picolé de chuchu? A proposta de Serra era de que Alckmin abdicasse de concorrer a prefeitura para apoiar Kassab. Em troca, Serra, de olho na indicação para concorrer a presidência em 2010, apoiaria Geraldo para o governo de São Paulo.

Ahãm...Então Alckmin, que já havia dado uma rasteira em Serra em 2006, iria topar ficar derretendo sem mandato mais dois anos para confiar justamente naquele em que ele deu um "chega pra lá". Ele preferiu não pagar para ver e mais uma vez peitou a cúpula do partido e conseguiu a indicação para concorrer a prefeitura na marra.

Não sei se o preço que ele pagará agora não será ainda mais caro, já que está reprisando o filme de 2000 (quando disputou a prefeitura de São Paulo, ficou em terceiro e viu Marta e Maluf disputarem o segundo turno - com vitória da primeira). Ou, ainda, corre o risco de ver Kassab vencer, aumentar seu capital político, trocar DEM por PSDB e ganhar o apoio de Serra para o governo do Estado em 2010. Jogo duro.

Diante disso eu só consigo pensar que eles se merecem. Um bom castigo para os políticos é condená-los a conviver com...POLÍTICOS. De eleição em eleição eles têm de conviver com promessas de seus colegas, tal qual fazem quando estão em campanha. É quando eles sentem na pele o quanto é duro ter que confiar...

15.9.08

Calvin & Haroldo










Via Depósito do Calvin

14.9.08

Enquanto a banda passava...

III - A descoberta da roda

Como estava dizendo, o baixo ficou encostado por quase três anos. Vez ou outra eu o plugava e brincava com algumas notas ou repassava lições. Então um dia, lá por meados de 1998, eu tive uma brilhante idéia.

Era uma tarde de domingo enferrujada, de céu cinza e chuviscos - dia típico de inverno. Eu estava em casa (morava em Jundiaí/SP naquela época) tomando cerveja e jogando conversa fora com o Murilo.

QUEM?!?

O Murilo é um grande amigo meu, que eu havia conhecido no último ano do colegial, quatro anos atrás, através de um companheiro de classe. A gente compartilhava agendas semelhantes: shows de bandinhas furrebas, bebedeiras e dias de tédio como esse (Jundiaí as vezes sabe como entendiar as pessoas). Foi quando eu decidi inventar a roda e convidar o Murilo para pantenteá-la:

- Murilo, a gente está aqui sem fazer p@#%*ra nenhuma. Eu tenho um contra-baixo e você tem vontade de cantar. Pô, tudo que a gente precisa é de criar alguma coisa e tocar, caramba!

E foi assim, sob o olhar incrédulo do Murilo que eu escrevi a minha primeira letra de música. Devo ter levado uns dez minutos. Era alguma coisa sobre estar de saco cheio, coisas de política (estudante de jornalismo, né...) e, é claro, álcool: o nome da música ¨A Cachaça¨. (N.R.: não achei justo postar a música agora, á que a versão que tenho é a final e, como veremos, ainda vai levar um tempo até chegar lá).

Letra pronta, peguei meu baixo e, no melhor estilo descobridor da roda, relatei. - Tudo que a gente precisa agora, Murilo, é de um bom riff, uma base para ser usada na maior parte da música e uma base para o refrão.

Eu estava estupefado com a minha genialidade!

E assim foi feito. Fiz uma base com três notas de deixar corado até o mais fanático dos fanáticos por punk-rock. O tal bom riff (que eu tentava explicar de forma pomposa) era um pedaço de uma escala das mais simples de rock n´roll, que ficou parecendo mais uma marcha militar.

Já a base do refrão, vai me desculpar...mais acho que Elvis em pessoa deve ter descido para sussurar na minha orelha, porque até hoje acho muito boa.

O Murilo parecia ter gostado da idéia e, afinal, depois de três anos, havia saído a fumaça branca (não esta que você está pensando...se bem que...deixa pra lá!): HABEMUS MUSICA!

O negócio agora era correr atrás do resto da banda.

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13.9.08

Chá gelado de Cannabis

Dia desses estou eu fazendo minha compras em um supermercado daqui de Lisboa quando bato os olhos em uma latinha ilustrada com uma folhinha de formato bastante conhecido. Por pura curiosidade mercadológica (!) resolvo dar uma checada e descubro que estão vendendo por aqui chá gelado de cannabis!!!

Curisoso, né? Como o próprio nome diz (Swiss Cannabis Ice Tea), a bebida é produzida na Suiça e, segundo o fabricante, contém 5% de xarope de flor de cânhamo e uma minúscula (0,0015%) quantidade de THC, o princípio ativo da maconha. A promessa impressa na latinha é clara: ¨Fantastic Natural Feeling¨.

O mais engraçado é que o produto está sendo exportado, além de Portugal, para Áustria, Alemanha e Holanda. Peraí! Holanda? Alguém pode me dizer para quê alguém vai querer um cházinho desses por lá. Só se for dar para o passarinho.

13.9.08

Simon´s Cat

Eu nem gosto muito de gatos. Sempre preferi os cães. Mas de certa forma não deixo de admirar o comportamento independente dos felinos - mas a certa distância. Esse vídeo curtinho é bem engraçado e mostra que, dependendo da esposa, você não precisa de um gato. Hoje tem pancadaria em casa!



Via Chongas

12.9.08

Enquanto a banda passava...

II - Quem escolheu quem

Feitas as explicações e justificativas iniciais, vamos a história da banda. Vou poupar a paciência do pobre naufrago, pulando a parte em que eu explicaria as minhas referências musicais e etc. Basta dizer que não integrei uma banda de pagode ou de axé (sinal da cruz). Era uma banda de rock e ponto final.

Portanto vou direto ao momento em que decidi adquirir um instrumento musical. Eu andava na metade dos anos 90, correndo atrás de shows de bandinhas inexpressivas e de bebeiras quando a ficha caiu (tarde, como sempre):

- Pô! Se esses caras podem sair tocando, porque eu não posso?

Não me pergunte o porquê de eu ter escolhido comprar um contra-baixo. Vai ver que foi a facilidade do acesso. A irmã de uma ex-namorada estava vendendo um baixo da marca Jennifer (horroroso por sinal: pesava uma tonelada e tinha som de berimbau). Eu aproveitei a ocasião e comprei.

O fato é que eu realmente me identifico com o contra-baixo e até hoje não me arrependo de ter escolhido esse instrumento. Adoro a ponte entre o ritmo e a melodia que ele desempenha. Talvez tenha sido ele que me escolheu, como se costuma dizer.

Bem, instrumento providenciado, vamos atrás de aprender a tocá-lo. Meu professor de contra-baixo foi um amigo chamado Julio Cesar, popularmente conhecido como Ganso. Grande figura e grande baixista.

Nossas aulas eram aos sábados pela manhã, antes de eu ir para a faculdade. Portanto, o comparecimento (de professor e aluno) exigia uma certa dose de coragem uma vez que não era raro tanto professor quanto aluno estarem de ressaca. Alguns anos depois eu descobriria que essas aulas foram importantíssimas.

Mas depois de alguns meses, assim como outras 5.765 atividades anteriores que eu já iniciei, larguei de mão. Dizem que é característica de libriano. Enfim. O contra-baixo ficou encostado por mais ou menos três anos. Eu poderia culpar a correria entre o trabalho e a faculdade, mas acho que se quisesse ainda poderia ter conciliado.

Até que a ficha caiu de novo. Se eu fosse um velho orelhão daqueles de fichas teria um futuro muito promissor. Num museu.

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III - A descoberta da roda

11.9.08

Tarantino´s Mind

Um dia desses encontrei um vídeo, chamado "Tarantino´s Mind", em que o Selton Mello explica a conexão entre as várias obras do Quentin Tarantino durante um papo de boteco com o Seu Jorge. Na minha opinião o Selton Mello é um dos melhores atores desta safra mais nova do cinema nacional.

O cara consegue ir da tensão, passando pelo drama e comédia num estalar de dedos. A atuação dele nesse videozinho é ótima e o Seu Jorge também manda muito bem no papel que ele interpreta. Impagável a passagem do "Labamba é a p#*ta que te pariu!!!". Depois do vídeo eu volto para falar do Tarantino.



Então. O Quentin Tarantino é um cara que possui uma espécie de licença. Existem certos absurdos e exageros que só ele pode filmar. Na minha opinião é um dos diretores que melhor retrata a violência no cinema. Isso não significa que eu seja fã incondicional do cidadão.

Ele gosta de trilhar uns caminhos do "B" (como em "Um drink no inferno") e de participar de umas tosquices (como o péssimo "Hostel", em que ele assina a produção executiva).

Enfim, mas ele pode ser perdoado por estes escorregões, já que entregou ao mundo pérolas como "Cães de Aluguel", "Pulp Fiction" e a obra-prima "Kill Bill" (Vol.1 e Vol.2), onde ele exerce todo o seu direito de abusar da licença para filmar coisas absurdas.

Eu comento isso porque uns dias atrás eu assisti o filme "Shoot´em Up" (traduzido para "Mandando Bala" no Brasil) que mostra o que acontece quando um diretor sem a mesma licença resolve fazer um filme "Tarantinesco". Uma mierda!

Os atores são bons, os efeitos são caprichados e até os absurdos são até aceitaveis (você sabe que é um filme de absurdos). Mas falta uma coisinha básica: um roteiro. Não dá para fazer um filme, por mais absurdo que seja, sem um roteiro. Ou seja, para chegar a ser um Tarantino esses caras vão ter que comer muito arroz com feijão.

10.9.08

Enquanto a banda passava...

I - O Ensaio

Tem uma história que estou querendo contar por aqui já faz algum tempo. Venho a organizando na minha cabeça e queria uma justificativa para fazê-lo. Foi então que decidi começar a história pela justificativa. Aqui devidamente classificada de "O Ensaio".

Bem, o que eu vou contar é a história do dia em que eu tive uma banda de rock. Aposto que metade das pessoas que tinham lido o primeiro parágrafo já desistiram de continuar (no total, devem ter sido umas três). Resta-me explicar para uma pessoa e meia o porquê de eu contar esta história.

Segundo meu amigo Eduardo Frick - que deve ter parafraseado outra pessoa - a internet é um grande oceano e o que fazemos ao publicar um post em um blog nada mais é do que lançar uma garrafa com uma mensagem nesse enorme espaço. Vai saber quem vai encontrar... talvez ninguém. E SE encontrar... que uso dará a essa mensagem? Quem sabe a única coisa que o cara pensava numa ilha deserta era em papel higiênico...
Enfim, esse é o motivo pelo qual sigo postando com maior ou menor frequência: a esperança que uma hora ou outra, entre um assunto sério e uma bobagem alguém se interesse pelo que eu escrevo. Isto inclui esta história que aparentemente só interessa a mim ou aos personagens que apresentarei ao longo do caminho.


Outro motivo é que gosto de contar histórias e acredito que esta experiência inclui alguns elementos cômicos que podem fazer a alegria de alguns e até inspirar outros que pensem em um dia ter uma banda. Acredite: eu nunca pensei que pudesse ter uma.

Para finalizar, resta dizer que esta história será contada pela minha perspectiva. É possível que outras pessoas envolvidas ou citadas possam ter outra visão. O espaço de comentários está aí embaixo para quem quiser se manifestar.

Daqui um mês e meio lanço outra garrafa ao mar com o início da história.

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II - Quem escolheu quem

5.9.08

Calvin & Haroldo










Via Depósito do Calvin

4.9.08

Brandi Carlile - My Song

No geral eu me considero um cara bastante conservador em termos musicais. Com raríssimas exceções penso que a década de 90 foi completamente perdida. Sou fiel às bandas das décadas de 70 e 80, onde havia qualidade, técnica e criatividade.

Mas isso não significa que eu seja um cara fechado para coisas novas. Vira e mexe eu me esforço para encontrar um artista que eu goste e possa recomendar. Quando ouço algo que me chama a atenção vou atrás. Mas em geral não passa de fogo de palha.

Dia desses me deparei com uma cantora americana que não tem a qualidade técnica de uma Amy Whinehouse (quando esta conseguia parar em pé para cantar) ou o charme de uma Joss Stone, mas acho que ela ainda vai dar o que falar. Por um simples motivo: parece-me honesta com o que faz. Ela tem um jeitão meio caipira e mistura rock com country e folk.

O nome da moça é Brandi Carlile e eu fiquei sabendo dela graças a um comercial da cerveja Super Bock, daqui de Portugal. Gostei tanto que até usei a música dela ilustrar o vídeo de uma das nossas viagens. Fui no e-mule e baixei (criminoso, eu sei, mas prometo que vou comprar um CD da Brandi Carlile) mais alguns sons e fiquei surpreso por saber que ela não será cantora de uma música só.

Prova disso é o vídeo abaixo (a qualidade não é lá essas coisas), em que ela canta outra música muito bacana, chamada "My Song":

3.9.08

Novo espaço para fotografias



Faz tempo que eu penso em um lugar para colocar as minhas fotos. Não. Antes que você pense em uma resposta mal-educada sobre onde eu enfiar minhas fotos saiba que eu arrumei um espaço muito melhor.

Há vários lugares onde é possível hospedar fotografias, como o Flirkr ou Multiply. Eles até são bem eficientes (até tenho uma galeria no Multiply), mas confesso que nunca consegui gostar muito do layout deles.

Foi então que dia desses encontrei o Viewbook, que possui uma interface bem profissional, sem muitos penduricalhos típicos de fotoblogs. Ainda estou no processo de colocar fotos e arrumar a casa. Mas se quiser dar uma passada por lá é só clicar aqui. Sugestões serão bem-vindas aqui no Sierra.

Outra coisa bacana do Viewbook é que é possível fazer com que ele "converse" com o blog, como é possível ver na galeria acima, que eu trouxe de lá. Vamos ver no que isso vai dar.

3.9.08








Tem um link novo na barra aí do lado que vale definitivamente um click. O meu amigo Edson Cintra, com quem trabalhei no jornal A Tribuna, em Rondonópolis, estreou seu próprio blog, o Ganâncio & Phoder. Historinha (aqui sempre tem): o Edson é um cara fera nas artes gráficas, com quem aprendi muito no período em que trabalhamos juntos. Fomos sócios em teorias da conspiração nos coffee breaks do trabalho e travamos boas prosas sobre cinema. Por isso, pode esperar coisa boa do blog desse camarada! Para dar uma conferida clique na imagem acima ou aqui.

2.9.08

A pior praga da Terra

As vezes sou bem pessimista quanto aos humanos. A destruição parece que está no nosso DNA. Quando não conseguimos acabar com o que está a nossa volta, damos um jeito de acabarmos uns com os outros. O videozinho abaixo ilustra bem o que estou dizendo:



Via Haznos

PS: Esse vídeo me fez lembrar uma conversa entre o agente Smith e Morpheus no primeiro Matrix. O vilão eletrônico, depois de passar uma temporada na Terra, chega a conclusão que, diferente dos outros mamíferos, nós não conseguimos viver em equilíbrio. De acordo com ele, nós somos mais semelhantes a outro tipo de organismo: aos VÍRUS. "Human Being are a disease, a Cancer of this planet", diz o agente em um dos filmes mais bacanas de todos os tempos. Hummm...sabe que talvez você não esteja de todo errado, agente Smith? Veja o diálogo abaixo:

1.9.08

A princesa do Apa

Existe uma cidadezinha, láááá na fronteira com o Paraguai chamada Bela Vista, no Mato Grosso do Sul, que você nunca deve ter ouvido falar. Essa cidade tem um rio, chamado rio Apa, do qual você também não deve ter nem idéia de que cor seja. Mas vou lhe contar uma história: essa cidade e esse rio são muito, mas muito especiais.

Pense no canto mais aconchegante que você conhece. No frio pode ser em frente a uma lareira e no calor pode ser sob a sombra de um pé de jaboticaba. Bela Vista é tudo isso. Esta jovem centenária (soube que completou 100 anos este ano) viu nascer meus avós, meus pais, meus irmãos e a mim.

Apesar de ter saído bem pequenino de Bela Vista (com menos de um ano já estava com o pé na estrada) foi na beira do rio Apa que passei a maioria das minhas férias. Tomando banho, pescando ou desafiando paraguaios imaginários em noites de bebedeira.

No calor, estava lá com meus primos trepado em árvores para comer goiabas e laranjas ou numa roda de tereré na sombra de um também centenário pé de tamarindo. No inverno íamos para a Expobel, a feira agropecuária da cidade, para convidar as menininhas para uma volta na roda gigante. Isso na verdade nunca deu muito certo porque sempre ficava mais concentrado no meu medo de altura. Felizmente havia outros brinquedos.

Quem teve a felicidade de conviver com seus avós sabe o quanto é bom. No meio de tantas "artes" que aprontava com meus primos as broncas eram muito leves. Castigo? Nem pensar. Ao invés disso mimos com doces feitos com frutas colhidas no quintal de casa e fins de semana a andar a cavalo na fazenda.

Pode até parecer que eu estou protegendo a princesa do Apa, como ela é conhecida. Só porque tenho imensos laços afetivos. Pode até em parte ser verdade. Se você caísse de paraquedas hoje por lá talvez não achasse nada de mais. Mas quem já teve a felicidade (e foram poucos) de compartilhar esse mundo diz até hoje que morre de saudades de Bela Vista. E quem teve a oportunidade, lá voltou.

Só para completar o post, aqui vai um videozinho - que mais é uma seleção de fotografias- feito pela prefeitura de Bela Vista, pela comemoração dos seus 100 anos. O som, como não poderia deixar de ser, é de uma polca paraguaia. É onde o sangue Tupí-Guarani ainda corre forte!